segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O golpe do Termidor

O terror acaba se voltando contra o próprio Robespierre, que mais e mais se isola. Um fosso de sangue separa o ditador do resto da nação assustada e estarrecida com tamanha brutalidade. A Convenção, temerosa da extrema concentração de poderes nas mãos do tirano, ameaçada por ele num desastrado discurso, toma coragem para reagir. Robespierre, depois de ter eliminado a sua "esquerda", executando Herbért, seguida da "direita" jacobina, com o guilhotinamento de Danton e de Desmollins, deseja fazer um grande expurgo na Convenção. Chegou a anunciar que em breve apresentaria a lista dos que considera corruptos e desleais para com a revolução. Foi o seu maior erro político. Temerosos de estarem na lista fatal, deputados centristas e de outras tendências que se perfilavam no chamado "pântano" (le marais), articularam uma reação contra a ditadura.
Em 27 de julho (ou 9 Termidor do ano II pelo novo calendário republicano), numa sessão concorrida, com as galerias lotadas, os convencionais, em uníssono, depois de terem impedido o ditador de discursar, gritando "o sangue de Danton o sufoca!", votam pela sua destituição e imediata prisão. Acusam-o de tirania, declarando-o fora-da-lei. O "incorruptível", como Robespierre é chamado, foi detido nessa noite mesmo e, no dia seguinte, apesar de dolorosamente ferido no maxilar por um tiro, ele e mais 22 seguidores, entre eles Saint-Just e o seu irmão Robespierre, o jovem, subiram na carreta que os conduziu à execução. A lâmina que tanto executara em nome da revolução, agora decapitava o que restara da revolução. Essa sessão seguida da queda de Robespierre, passou à história como o "golpe do 9 Termidor".

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